O pai (ou responsável) é obrigado a “dar tudo do bom e do melhor” na pensão do filho?
Existem muitas dúvidas sobre o pagamento da pensão alimentícia. Uma delas diz respeito ao custeio das despesas escolares.
Afinal, mensalidade, materiais escolares, uniformes e lanches escolares realmente ocupam um grande pedaço do orçamento de uma pessoa que tem filhos.
Se você está diante dessa situação e tem dúvidas sobre ser obrigado a pagar estudos em escola particular, leia nosso artigo e entenda melhor como isso é decidido.
As obrigações do pagador da pensão
A “pensão” ou “pensão alimentícia”, é o nome comumente usado para designar os “alimentos” que, perante a lei, é o valor recebido para custeio das despesas de quem os recebe.
Assim, a pensão alimentícia é fixada considerando a necessidade de quem pede os alimentos e a possibilidade de quem tem o dever de pagar os alimentos.
Por isso, é esperado – e necessário – que o valor da pensão possa cobrir as despesas de quem recebe, inclusive, mantendo o padrão de vida, anteriormente, desfrutado e, portanto, compatível com a sua condição social.
Ademais, a lei, também, prevê que a pensão alimentícia deve atender às necessidades de educação de quem recebe os alimentos.
Sou obrigado a pagar estudos em escola particular?
Nem o Código Civil, nem qualquer outra lei, determina especificações sobre os gastos que devem ser cobertos pela pensão.
Porém, dependendo do padrão de vida dos genitores, é muito provável que exista a possibilidade de o Juiz determinar, em sentença, a obrigação de pagar estudos em escola particular.
Mesmo que existam vagas em escolas públicas, pode ser concluído no processo que a escola particular é o mais adequado para a criança ou adolescente, especialmente, quando já cursavam este tipo de instrução particular, ou seja, era uma despesa que já existia.
Ou seja, a pensão sempre será voltada para o melhor interesse de quem recebe a pensão.
Em que casos um Juiz pode obrigar a pagar estudos em escola particular?
Na fixação de alimentos (pensão), a prioridade sempre será o bem estar da criança ou adolescente.
Porém, para chegar a uma decisão que priorize esse bem estar, é preciso considerar vários fatores que influenciam no valor que será pago.
Dessa forma, a decisão judicial deve levar em consideração fatores como:
- a idade e desenvolvimento da criança (por exemplo: se ela precisa de um acompanhamento especial);
- a renda dos pais ou responsáveis;
- a oferta de escolas no Município;
- a qualidade do ensino;
- o padrão de vida desfrutado pelos genitores e pelo próprio menor;
- e outros.
E se o Juiz não obrigar mas o pai pagar mesmo assim?
Se não houver uma decisão judicial determinando a obrigação de pagar estudos da criança em escola particular, isso não significa que o pai ou responsável não possa pagar por vontade própria.
Porém, esse tipo de pagamento será considerado uma mera liberalidade, perante a lei. O pagador não poderá pedir que os valores sejam descontados da pensão.
Como estabelecer o melhor acordo de pensão alimentícia
A melhor maneira de decidir o valor e demais detalhes e condições de uma pensão alimentícia é por meio de acordo, com assessoria de advogados.
Quando a pensão é fixada judicialmente, é porque os responsáveis não conseguiram ou não quiseram viabilizar um acordo.
Porém, o acordo pode sair mais barato, além de ser mais rápido e de dar maior autonomia às partes.
Procure um escritório de advocacia especializado em Direito de Família para realizar um acordo ou revisão de alimentos (pensão).